Nos últimos anos, temos acompanhado uma queda no consumo de leite de vaca. Pessoas têm se preocupado mais com a saudabilidade dos produtos que elas consomem, e essa queda nos acende um alerta: o que será que está no lugar deste alimento?
Acompanhe neste conteúdo o que é a soja, como lidar com a alergia e quais os cuidados necessários. Boa leitura!
O que é a soja?
A soja é uma leguminosa amplamente cultivada e consumida em todo o mundo. Ela é uma fonte de proteína vegetal e possui diversos usos na indústria alimentícia, sendo encontrada em diversos produtos.
Inúmeras opções surgiram no mercado, dentre as quais destacamos: o leite de soja. O leite de soja é um alimento proteico, com fibras e alto valor nutricional, além do custo acessível, quando comparado aos demais leites vegetais.
Além do leite, a soja também é utilizada como substituto de carne animal, e muitos alimentos processados vegetarianos contêm a soja como um dos ingredientes.
Apesar de ser um alimento nutritivo, a soja tem um grande potencial alergênico e deve ser investigada a tolerância para cada paciente.
O que causa alergia à soja?
Em regra geral, a alergia às leguminosas aparece durante a infância (por volta dos três meses de vida) e persiste durante a vida adulta em muitos casos. É muito comum que os bebês com alergia à proteína do leite de vaca também o sejam à soja, embora seja menos comum na idade adulta.
Que elementos predispõem para sofrer desta alergia?
Tal como acontece com outros tipos de alergias, existem alguns fatores de risco que aumentam as possibilidades de sofrer desta patologia, tais como: antecedentes familiares ou sofrer de outros tipos de alergias a leguminosas, leite ou outros alimentos.
Quais sintomas de alergia à soja?
Embora se trate de uma alergia incômoda e desconfortável para quem sofre, a alergia à soja não é considerada grave e raramente causa sintomas fortes ou fatais para o paciente.
Os sintomas aparecem alguns minutos ou horas após a ingestão do alimento, sendo eles: urticária, eczemas, vermelhidão na pele, lacrimação nos olhos, inflamação nos lábios, língua, dificuldade em respirar, dor abdominal, náuseas, vômitos ou diarreia. E em casos extremos, o choque anafilático.
O alergista fará um histórico (anamnese) e realizará um exame físico. É interessante acompanhar através de um diário de alimentos, a incidência dos sinais e sintomas quando há a ingestão ou não, além do tempo de início dos sintomas após o consumo de alimentos.
Além dessa análise inicial do alergista, pode ser solicitado um teste cutâneo chamado prick, ou ainda, através do exame de sangue, checando a presença de anticorpos IgE contra a proteína da soja.
Para complementação diagnóstica, em alguns casos, pode ser necessário o Teste de Provocação, que consiste em administrar, de forma segura e acompanhada, o alérgeno suspeito, avaliando as possíveis reações e caso necessário, tratando imediatamente.
Como tratar a alergia à soja?
Tal como acontece em outras alergias alimentares, a primeira conduta é evitar consumir produtos que contenham soja (dieta de exclusão).
Vale frisar que a soja pode ser encontrada de forma indireta em fórmulas infantis, caldos enlatados, sopas, atum enlatado, carnes processadas, cachorros-quentes, barrinhas de cereais, entre outros.
A soja também é um ingrediente comum na cozinha asiática, e muitas vezes pode estar mascarada, como é o caso dos nuggets de frango, manteiga de amendoim, manteigas, e até mesmo, na vodka.
Pessoas com alergia à soja não devem consumir leite de soja, iogurte de soja ou sorvete, missô, tofu, etc. É importante também, estar atento à possibilidade de contaminação cruzada, como é o caso, quando um alimento, mesmo sem soja, é preparado em um local onde existe a manipulação de um alimento com soja.
Um fato curioso, que muitos leigos confundem, é a questão de excluir as oleaginosas como amêndoas, nozes e castanha de caju, por afirmarem estar relacionado com a soja, mas não. Os alérgicos à soja não são mais suscetíveis de serem alérgicos a nozes ou amendoins do que seria a outro alimento.
Apesar de uma lista bem restrita, é interessante que sejam feitos testes periódicos para acompanhar a alergia, a fim de analisar a tolerabilidade após tratamento.
Observa-se que a alergia à soja geralmente tem um bom prognóstico, e os pais são avisados que provavelmente seus filhos superarão a alergia na idade da pré escola ou no início da idade escolar. Mas, faltam estudos prognósticos para que, de fato, sejam confirmados esses achados iniciais.
Por fim, reforçamos que por mais difícil que seja esse monitoramento frequente da alergia, é muito importante que a família das crianças tenha esse cuidado ao invés de irem excluindo os alimentos de forma aleatória e desordenada, uma vez que tal restrição tem impactos relevantes no comportamento alimentar dessas crianças.
Procure sempre profissionais capacitados para fazerem o teste de reintrodução, sempre monitorado, evitando riscos de choque anafiláticos ou alergias mais graves.